Ao menos mil pessoas morreram no terremoto que afetou o sudeste do Afeganistão na madrugada de hoje, de acordo com o balanço atualizado divulgado pelo governo – comandado pelo Talibã. O tremor de 5,9 graus de magnitude aconteceu a 10 km de profundidade e afetou as províncias de Paktika e Khost, em uma área de difícil acesso perto da fronteira com o Paquistão. “Até o momento, segundo as informações que temos, ao menos mil pessoas morreram e 600 ficaram feridas”, declarou em uma entrevista coletiva o vice-ministro de Gestão de Desastres Naturais, Sharafuddin Muslim.
Um segundo tremor de 4,5 graus aconteceu na mesma área que o terremoto inicial, com poucos minutos de intervalo. “Pedimos às agências de ajuda que proporcionem assistência imediata às vítimas do terremoto para evitar um desastre humanitário”, afirmou o vice-porta-voz do governo, Bilal Karimi. Ele indicou que várias casas foram destruídas e muitas pessoas estão presas nos destroços. Yaqub Manzor, líder tribal de Paktika, disse que muitos feridos são do distrito de Giyan e foram transportados em ambulâncias e helicópteros.
“Os mercados locais estão fechados e as pessoas correram para ajudar nas áreas afetadas”, declarou à AFP por telefone. Fotos de casas destruídas nesta região rural pobre e isolada foram divulgadas nas redes sociais. Vídeos mostram alguns moradores carregando feridos até um helicóptero. Os serviços de emergência do país, limitados há muitos anos em número de funcionários e capacidade, não estão preparados para enfrentar catástrofes naturais de grandes proporções.
Região tem terremotos frequentes O terremoto foi sentido em várias províncias da região, assim como na capital Cabul, que fica 200 km ao norte do epicentro do tremor. Também foi sentido no Paquistão, mas até o momento não foram relatados danos ou vítimas no país vizinho. O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, disse que está “profundamente entristecido” com a tragédia e afirmou que o governo do país está trabalhando para dar apoio aos colegas afegãos. “A União Europeia acompanha a situação (…) e está disposta a coordenar e fornecer ajuda de emergência”, tuitou o enviado especial do bloco para o Afeganistão, Tomas Niklasson.
A ONU anunciou que estuda as necessidades de ajuda.