COLUNA DO JOÃO BOSCO BITTENCOURT
Prefeito rompe com modelo seguido por Rogério Cruz e Paulo Garcia, de se submeter às inflacionadas demandas dos vereadores, e, como Iris Rezende, diz que vai priorizar entregas para a população
O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, vive um momento de disputa política com um grupo de vereadores na Câmara de Goiânia. Eles querem instalar uma Comissão Especial de Investigação (CEI) com o foco na empresa Limpa Gyn, responsável pela coleta do lixo na capital. Até aí, nenhuma novidade, já que a história mostra que todos os prefeitos de Goiânia desde a redemocratização tiveram grandes disputas com o Legislativo, principalmente com a imensa pressão dos parlamentares por cargos e espaços no Executivo. A diferença foi como cada prefeito se posicionou.
O ex-prefeito Rogério Cruz sucumbiu aos pedidos de vereadores que, com o tempo, foram se tornando cada vez maiores, e os priorizou em detrimento de obras e demandas da cidade. Foi bem similar do que ocorreu com Paulo Garcia (2010-2016), que passou boa parte da gestão negociando com os representantes do Legislativo. Ambos deixaram a Prefeitura com grandes desgastes junto à população, e colecionando problemas administrativos, principalmente junto à Comurg e à coleta de lixo.
Mabel já deu mostras de que quer romper com tal prática. Dentre as experiências de ex-prefeitos disponíveis, o atual chefe do Executivo prefere seguir o exemplo de Iris Rezende. O histórico prefeito emedebista teve grandes embates com o Legislativo nos três mandatos pós-2000, mas não se submeteu às vontades dos vereadores. Criou um plano ágil daquilo que o goianiense mais precisava. Em 2004, venceu com a promessa de asfaltar todas as ruas da capital, e cumpriu. E seguiu priorizando obras e entregas. Todas as ações indicam que Mabel vai seguir essa linha. Ou seja, os embates com o Legislativos vão acontecer, mas o prefeito não vai ceder nas demandas inflacionadas dos vereadores.