
Ex-governador é lembrado pelos vínculos com o contraventor e pela crise de credibilidade que abalou a política goiana.
O nome de Marconi Perillo (PSDB), ex-governador de Goiás por quatro mandatos, volta ao debate político em meio às articulações para as eleições de 2026. Apesar de tentar manter viva sua influência, a trajetória do tucano é marcada por episódios que Goiás não pode apagar da memória: os escândalos envolvendo o contraventor Carlinhos Cachoeira.
Escândalos expostos pela Polícia Federal
Em 2012, a Operação Monte Carlo revelou uma rede de corrupção, tráfico de influência e exploração ilegal de jogos comandada por Cachoeira. Gravações e investigações mostraram que o esquema tinha tentáculos no alto escalão do governo goiano.
Assessores próximos a Perillo, como o então presidente do Detran-GO, Edivaldo Cardoso, e sua chefe de gabinete, Eliane Pinheiro, foram implicados em diálogos que demonstravam influência direta do contraventor dentro da máquina pública. Pinheiro, inclusive, foi flagrada repassando informações sigilosas de operações policiais.
Campanhas e dinheiro de origem duvidosa
A imagem de Perillo se desgastou ainda mais após denúncias de que sua campanha de 2010 teria sido irrigada com recursos vindos do esquema Cachoeira. O radialista Luiz Carlos Bordoni declarou em CPI que parte do pagamento por serviços eleitorais teria sido feito com “dinheiro sujo”, levantando suspeitas graves sobre o financiamento político do ex-governador.
Relações empresariais e interesses cruzados
Além da política, empresários ligados a Perillo foram citados em relatórios da PF por manter negócios diretos com sócios de Cachoeira. As conexões mostraram que os laços entre o grupo político e o esquema criminoso não eram apenas circunstanciais, mas faziam parte de uma engrenagem de interesses econômicos e políticos.
A crise de credibilidade
Embora nunca tenha sido condenado, Marconi Perillo não conseguiu se desvencilhar da sombra desses episódios. A convivência próxima com figuras envolvidas em corrupção e o ambiente de influência de Cachoeira dentro de seu governo deixaram marcas profundas em sua biografia.
A história mostra que Goiás viveu um período em que o poder público se misturou perigosamente com interesses escusos, corroendo a confiança da população e manchando a imagem do Estado em âmbito nacional.
Goiás em 2026: memória como instrumento de escolha
Às vésperas das próximas eleições, é essencial que o povo goiano não esqueça os erros do passado. A política exige renovação, ética e transparência — valores incompatíveis com um projeto que carrega tantas controvérsias.
Marconi Perillo pode tentar se apresentar como alternativa novamente, mas os goianos precisam se lembrar: um voto em Perillo é um voto que reabre as portas para os mesmos problemas que marcaram sua gestão.
O futuro de Goiás não pode estar preso às velhas práticas do passado. Em 2026, a resposta deve ser clara: não dar crédito político a quem já traiu a confiança da população.


