ELEIÇÕES
Caiado participou de evento promovido pelo BTG Pactual voltado para o agronegócio com outros governadores de direita

Em evento do agro, Caiado chama Lula de ‘anão político’ (Foto: Divulgação)
Durante evento promovido pelo banco BTG Pactual que reuniu quatro governadores de direita tidos como pré-candidatos à presidência da República, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, afirmou que o país vive hoje “política populista inconsequente, irresponsável”, que o presidente Lula é “um anão político” e que há risco de um processo de socialização com o petista.
“Prestem atenção vocês empresários, vocês investidores, vocês banqueiros, vocês que estão no rótulo que ele diz ser responsável pela crise: ou o Brasil cria juízo e derrota o Lula em 2026 ou, senão, é um processo de socialização no país com máquina de irresponsável avançando cada vez maior”, afirmou.
Sobre o tarifaço, Caiado afirmou que “fomos penalizados porque o Lula resolveu brigar com o Trump”.
Trump divulgou a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros em carta divulgada em julho na qual exigiu que o Brasil interrompesse imediatamente o que chamou de “caça às bruxas” a Bolsonaro.
Caiado estava no painel “Unindo Forças Pelo Agro”, voltado para discutir ações em prol do agronegócio, que reuniu o governador de Goiás e os de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD).
‘Ciranda’ e ‘picuinha’
“A gente vive andando numa ciranda e discutindo picuinha. O Brasil não aguenta mais excesso de gastos, o Brasil não tolera mais aumento de impostos, o Brasil não tolera mais corrupção, o Brasil não aguenta mais o PT, o Brasil não aguenta mais o Lula”, declarou Tarcísio.
A fala do governador de São Paulo foi uma das mais duras que já fez contra o presidente. Tarcísio havia proferido ataques mais diretos a Lula em manifestações bolsonaristas –geralmente ao lado de seu padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar.
Tarcísio foi ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro e, na pasta, endossou a postura negacionista do então presidente sobre a Covid. Estava ao lado dele na live em que o ex-presidente riu ao comentar um suposto aumento de suicídios na pandemia.
Nas últimas semanas, oscilou entre o endosso a Trump após o tarifaço, recados ao Judiciário e críticas a Lula, mas recuou após a repercussão negativa que envolve as consequências sobre os produtos brasileiros.
À exceção dos outros três governadores do evento desta quarta, Tarcísio é o único que ainda não declarou publicamente o ensejo de se candidatar à Presidência no próximo ano. Ele alega que tentará a reeleição ao governo paulista, embora, nos bastidores, já tenha sinalizado a aliados que sairia candidato caso Bolsonaro pedisse.
Durante o debate, os quatro governadores pediram renovação nos quadros políticos e elogiaram as políticas uns dos outros. “Se não é essa safra de governadores, o Brasil estaria muito pior”, disse Ratinho Jr.
Leite acrescentou que Lula foi candidato à Presidência em 7 das últimas 10 eleições.
“O país precisa virar essa página com uma nova geração. E aqui, que a gente possa colocar uma nova agenda para o país, que não seja simplesmente a de evitar o outro. Que a gente possa votar um projeto de país, que a gente não faça para evitar o outro”, disse.