TENSÃO
(Folhapress) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (25) que o…

Presidente Lula e vice-presidente Alckmin (Foto: Vice-presidência da República)
(Folhapress) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (25) que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tenta diariamente negociar com os Estados Unidos, mas não tem sucesso. “Todo dia ele liga para alguém e ninguém quer conversar com ele”, afirmou.
Segundo Lula, Alckmin, que é também o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, é seu principal articulador nas tratativas com o governo americano. Nesta quinta-feira (24), o ministro disse ter conversado com o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, no último sábado (19), quando reiterou a disposição do governo brasileiro de negociar para evitar a sobretaxa de 50% a produtos brasileiros.
“O Brasil nunca saiu da mesa de negociação, não criamos esse problema, mas queremos resolver. Estamos empenhados em resolver”, disse, sem demonstrar que houve um avanço concreto nas tratativas com os americanos.
Durante discurso, em Osasco (SP), Lula afirmou que o Brasil está pronto para dialogar com os EUA sobre as tarifas impostas por Donald Trump. “Trump, o dia que você quiser conversar, o Brasil estará pronto e preparado”, declarou. O presidente disse ainda que os americanos foram mal informados sobre o país.
Lula caracterizou Alckmin como um negociador calmo e experiente, elogiando sua atuação política. “Esse cara é exímio negociador, não levanta a voz e não manda carta, ele só quer conversar”, afirmou. O petista afirmou que já foram feitas dez reuniões com representantes americanos.
“Mas é preciso conversar. E está aqui o meu conversador número 1. E ninguém pode dizer que ele não quer conversar. Todo dia ele liga para alguém e ninguém quer conversar com ele”, acrescentou o presidente.
Lula também cobrou reciprocidade dos Estados Unidos no tratamento ao Brasil. “Quero que o Trump nos trate com a delicadeza e o respeito com que trato o povo americano”, disse. Ele voltou a dizer que seu governo não está em confronto, mas aberto ao diálogo.
“Queremos demonstrar o quanto o senhor foi mal informado pelas pessoas que lhe forneceram dados distorcidos, e assim poderá conhecer a verdade sobre o Brasil. Quando isso ocorrer, o senhor dirá: ‘Lula, não vou mais taxar o Brasil. Vamos manter tudo como está.’ É isso. Mas é necessário diálogo. E aqui está o meu principal articulador”.